Encarnações do sinistro político. Diminuição do espaço e o sujeito nas paredes (1963) de Griselda Gambaro
Palavras-chave:
Teatro, Política, Poder, Espaço, GambaroResumo
A metaforicidade dos primeiros anos de produção de Griselda Gambaro é indicada como característica fundamental de sua textualidade, de modo que a implementação do universo absurdo em sua versão de ameaça requer um leitor ativo e disposto a trabalhar em uma tarefa hermenêutica para das indeterminações do texto. O universo cotidiano e ao mesmo tempo sinistro constitui o núcleo duro sobre o qual está estruturado o tema dominante em torno dos jogos de poder e a organização da díade vítima-vitimista.
O objetivo deste artigo é analisar Las Paredes (1963), o primeiro texto teatral de Gambaro, baseado na figura do sinistro como mecanismo antecipatório do regime totalitário na Argentina desde 1962 até o advento definitivo da democracia e cuja operação O textual aparece organizado no nanismo progressivo do espaço real representado, bem como na opacidade referencial da linguagem dos personagens, ambos procedimentos que contribuem para o exercício de um poder soberano que despoja os sujeitos de sua identidade e reserva o direito à vida e morte.
Referências
Historia de la sexualidad; M. Foucault
Iconografías malditas, imágenes desencantadas; E. Gruner
La esccena del poder; S. Tarantuviez
Cien años de teatro argentino; O. Pellettieri
Paradigma de crisis: la obra dramática de Griselda Gambaro; D. Taylor