Jorge Acha: Um cinema do grito

Autores

  • Magalí Mariano Núcleo de Estudios de Teatro, Educación y Consumos Culturales (TECC) - Facultad de Arte - UNCPBA

Palavras-chave:

cinema, representação, corpo

Resumo

Desde a produção de Jorge Acha é possível pesquisar o campo artístico da história recente em Argentina, enfatizando no estritamente cinematográfico e vinculado sempre ao campo social, ao tempo em que é possível advertir grandes e substanciais quebras com as formas clássicas e hegemónicas da representação.

Neste trabalho, nós tentaremos acercar a Hábeas Corpus, seu primeiro longa-metragem, e em consequência vislumbrar uma das quebras mais radicais com o cinema que o precedeu, o atravessou e o sucedeu: seu interesse por olhar e representar o corpo de um sujeito nos tempos da última ditadura militar. Quebra que se desprende duma quebra anterior, vinculada a como se olhaa e representa o horror. Hábeas Corpus é o relato duma espera. É o relato de todo aquilo que sucede no corpo dum homem que espera a morte que se aproxima iminente. Acha põe o olho no corpo de um homem e através desse corpo, representativo de outros trinta mil, expressa uma das páginas mais negras de nossa história contemporânea (1976-1983).

Considerações que se desprendem de dois grandes estudos de Gilles Deleuze –Francis Bacon: Lógica da sensação e Como se fazer um corpo sem órgãos- escrito junto a Felix Guattari-, atravessam o trabalho aqui apresentado, permitindo uma abordagem exclusivamente centrada na visualização e representação do corpo em Hábeas Corpus.

Publicado

2015-06-30

Como Citar

Mariano, M. (2015). Jorge Acha: Um cinema do grito. AURA. Revista De Historia Y Teoría Del Arte, (3), 185–196. Recuperado de https://www.ojs.arte.unicen.edu.ar/index.php/aura/article/view/260