Paolo Sorrentino. Acreditar e fazer acreditar no mundo
Palavras-chave:
imagem óptico-sonora, imagem-tempo, ruptura sensor-motora, crença, vínculo homem-mundoResumo
Este artigo tem como objetivo explorar o trabalho de Paolo Sorrentino baseado nos conceitos com os quais Deleuze analisa o neorrealismo italiano. A intenção é revelar o surgimento de uma questão filosófica: de que maneira podemos recuperar a ligação entre o homem e o mundo? A relação entre tempo e movimento é matéria, tanto cinematográfica quanto filosófica. Deleuze examina profundamente essa relação com o objetivo de liberar o tempo de sua dependência do movimento e, assim, descobrir sua verdadeira natureza ontológica. Isto é, encontrar com o tempo em estado puro. A imagem cinematográfica, por sua própria configuração, oferece a possibilidade da experiência do tempo. A imagem cinematográfica de Sorrentino distorce o movimento causando o fracasso da ação. A impossibilidade de agir revela o intolerável como um estado permanente de banalidade cotidiana e inevitavelmente leva ao rompimento dos vínculos com o mundo. Então o tempo surge em estado puro. Seus personagens são conduzidos para reconstruir o vínculo com o mundo ao seu redor. Relacionamento que só pode ser retornado como objeto duma crença. Sorrentino assume a tarefa proposta por Deleuze para o cinema: acreditar e fazer acreditar no mundo.
Referências
-Sorrentino, Paolo, Le conseguenze dell'amore, This must be the place, La grande bellezza
-Deleuze, Gilles, Diferencia y Repetición, Buenos Aires, Amorrortu, 2002
-Deleuze, Gilles, La Imagen-tiempo. Estudios sobre cine II, Ediciones Paidós.
-Deleuze, Gilles, Cine II. Los signos del movimiento y el tiempo, Buenos Aires, Cactus, 2011
-Deleuze, Gilles y Guattari, Félix, ¿Qué es la filosofía?, Madrid, Editora Nacional Madrid, 2002