O olhar que abre para fechar. Sentidos de écfrase em Beni por Hebe Uhart
Sentidos de la écfrasis en Beni de Hebe Uhart
DOI:
https://doi.org/10.56991/a.17.1174Palavras-chave:
lenguaje, imagen, écfrasis, mirada, cultura visualResumo
Este artigo analisa Beni, um dos três romances de Hebe Uhart reunidos em El amor es una cosa extraña (Adriana Hidalgo, 2021). A narradora observa seus próprios espaços e se contamina dos olhares de terceiros; pinta o seu mundo, descreve-o e interpreta-o em uma visualidade que regista as exigências da mãe, perscruta o seu objeto de amor e indaga na sua própria interioridade, enquanto a inquetude surge entre o desejo do corpo e as formas de intimidade quando o olhar e o pensamento repousam sobre o que não fecha. Para isso, Uhart mostra usos da écfrase que, longe de colocar o olhar em um ponto fixo e ver nada, se propõem como uma visão encarnada em um corpo atento ao diálogo com o lugar e o tempo que ele habita. Assim, voz e olhar se entrelaçam com inquetude, contingência e estranheza e configuram um paradoxo típico do amor.
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