Delírio e criatividade na obra pictórica de Séraphine Louis

Autores/as

  • Almerinda da Silva Lopes Professora Titular na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • Tamara Silva Chagas Pesquisadora independente

DOI:

https://doi.org/10.56991/a.19.1163

Resumen

A francesa Séraphine Louis (1864-1942), também conhecida como Séraphine de Senlis, foi descoberta no ano de 1912 pelo marchand alemão Wilhelm Uhde, em uma conjuntura artística marcada pelo crescente interesse pela arte do inconsciente, produzida, sobretudo, por internos de hospitais psiquiátricos. Séraphine, mulher pobre e pintora autodidata, diagnosticada como pessoa com psicose, após experiências delirantes e alucinatórias nas quais vozes angelicais a encorajavam a pintar como um modo de glorificar a Deus, realizou diversas pinturas, geralmente, sobre temas como árvores, folhas, frutos e flores, dentro de um estilo designado como “primitivo moderno”, em geral fazendo uso de materiais precários e artesanais. No ínterim deste ensaio, mostraremos como as experiências místicas, delirantes e criativas vividas por Séraphine se mesclaram a um esforço inconsciente de superação de suas próprias limitações. Assim, propomos cruzar alguns dados biográficos da artista à sua poética e a breves informações sobre a psicose, transtorno mental com o qual foi diagnosticada, marcado, sobretudo, pela cisão entre as realidades interior e exterior do sujeito delirante.

Biografía del autor/a

Almerinda da Silva Lopes, Professora Titular na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Professora Titular da Universidade Federal do Espírito Santo. Atua nos cursos de pós-graduação em Artes e em História da mesma Universidade. Possui Bacharelado em Desenho e Plástica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1972), Licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1977), graduação em Pedagogia com especialização em Supervisão Escolar e em Administração Educacional, pela Faculdade de Filosofia Ciencias e Letras de Andradina (1980), Mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (1989) e Doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997), com bolsa sanduíche na Universidade de Paris I (Panthéon Sorbonne). Realizou pós-doutorado em Ciências da Arte na Universidade de Paris I (2002) e Estágio-Pesquisa na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris (2014). Foi membro do comitê área de artes - CA-AC do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (2018-2021). É membro do Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA), da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP), da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), da Associação Brasileira de Críticos de Artes e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em História da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte moderna e contemporânea, arte e política, fotografia, pintura abstrata, gravura, arte e crítica e arte conceitual.

Tamara Silva Chagas, Pesquisadora independente

É pesquisadora independente em História da Arte. É Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES, 2008, Vitória, Brasil) e mestre em História da Arte pela mesma instituição (UFES, 2012, Vitíoria, Brasil).

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Publicado

12/12/2024

Cómo citar

da Silva Lopes, A., & Chagas, T. S. (2024). Delírio e criatividade na obra pictórica de Séraphine Louis. AURA. Revista De Historia Y Teoría Del Arte, (19), 3–17. https://doi.org/10.56991/a.19.1163